A Endocrine Society
publicou em dezembro de 2013 seu novo posicionamento sobre o diagnóstico e
tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) baseado nos
principais estudos sobre o tema. O diagnóstico de SOP em mulheres adultas se
baseia nos critérios de Roterdã (presença de dois dos três critérios:
hiperandrogenismo clínico ou laboratorial, disfunção ovariana ou ovários
policísticos. No entanto, antes de confirmar o
diagnóstico de SOP é necessário realizar a exclusão de diagnósticos
diferenciais de alterações de tireóide, hiperprolactinemia e hiperplasia
adrenal não clássica em todas as mulheres. De acordo com os sintomas
apresentados, outras situações clínicas também devem ser consideradas, como
gravidez, alterações hipotalâmicas e tumores secretores de andrógenos.A primeira consideração a ser feita,
é sobre a problemática de utilizar estes critérios em adolescentes, pois sintomas
anovulatórios e ovários policísticos podem acontecer em estágios normais da
maturação, e nas mulheres na menopausa, quando o diagnóstico deve ser presuntivo
baseado na história prévia de alteração menstrual e excesso de hormônios masculinos
durante os anos reprodutivos.Desde que não exista contraindicações
os contraceptivos hormonais são o tratamento de primeira escolha para as
pacientes que apresentem irregularidade menstrual, excesso de pelos ou acne. O
grande problema é que o uso de anticoncepcional em pacientes muito jovens pode
ser dificultado pela resistência dos pais ao uso dos mesmos ou pelos possíveis
efeitos colaterais em relação ao aumento de celulite e varicoses. O incentivo à perda de peso nos
pacientes com sobrepeso/obesidade é benéfica para a função metabólica e
reprodutiva e deve ser feita com dieta hipocalórica e atividade física. A perda
de peso não beneficia pacientes com peso normal. Além disso, recomenda-se
atividade física regular para diminuir o risco de eventos cardiovasculares e
diabetes. Em relação ao uso da metformina,
indica-se que deve ser o tratamento de escolha quando paciente apresentar
diabetes ou naqueles com intolerância a carboidratos que não conseguiram
melhorar com mudança de estilo de vida. Este medicamento pode ser também usado
em pacientes com irregularidade menstrual mas com contraindicação ou
intolerância a contraceptivos hormonais. No tratamento da infertilidade, é
orientado o uso de citrato de clomifeno como primeira linha para infertilidade
anovulatória. Em mulheres que serão submetidas a fertilização in vitro, sugerem
o uso adjuvante de metformina para prevenir síndrome da hiperestimulação
ovariana. O tratamento da síndrome dos Ovários Policísticos
deve ser continuo e geralmente é feito pelo endocrinologista ou pelo
ginecologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.