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quarta-feira, 26 de março de 2014

Análise do Novo Posicionamento da Endocrino Society sobre a Síndrome dos ovários Policisticos.

A Endocrine Society publicou em dezembro de 2013 seu novo posicionamento sobre o diagnóstico e tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) baseado nos principais estudos sobre o tema. O diagnóstico de SOP em mulheres adultas se baseia nos critérios de Roterdã (presença de dois dos três critérios: hiperandrogenismo clínico ou laboratorial, disfunção ovariana ou ovários policísticos. No entanto, antes de confirmar o diagnóstico de SOP é necessário realizar a exclusão de diagnósticos diferenciais de alterações de tireóide, hiperprolactinemia e hiperplasia adrenal não clássica em todas as mulheres. De acordo com os sintomas apresentados, outras situações clínicas também devem ser consideradas, como gravidez, alterações hipotalâmicas e tumores secretores de andrógenos.A primeira consideração a ser feita, é sobre a problemática de utilizar estes critérios em adolescentes, pois sintomas anovulatórios e ovários policísticos podem acontecer em estágios normais da maturação, e nas mulheres na menopausa, quando o diagnóstico deve ser presuntivo baseado na história prévia de alteração menstrual e excesso de hormônios masculinos durante os anos reprodutivos.Desde que não exista contraindicações os contraceptivos hormonais são o tratamento de primeira escolha para as pacientes que apresentem irregularidade menstrual, excesso de pelos ou acne. O grande problema é que o uso de anticoncepcional em pacientes muito jovens pode ser dificultado pela resistência dos pais ao uso dos mesmos ou pelos possíveis efeitos colaterais em relação ao aumento de celulite e varicoses. O incentivo à perda de peso nos pacientes com sobrepeso/obesidade é benéfica para a função metabólica e reprodutiva e deve ser feita com dieta hipocalórica e atividade física. A perda de peso não beneficia pacientes com peso normal. Além disso, recomenda-se atividade física regular para diminuir o risco de eventos cardiovasculares e diabetes. Em relação ao uso da metformina, indica-se que deve ser o tratamento de escolha quando paciente apresentar diabetes ou naqueles com intolerância a carboidratos que não conseguiram melhorar com mudança de estilo de vida. Este medicamento pode ser também usado em pacientes com irregularidade menstrual mas com contraindicação ou intolerância a contraceptivos hormonais. No tratamento da infertilidade, é orientado o uso de citrato de clomifeno como primeira linha para infertilidade anovulatória. Em mulheres que serão submetidas a fertilização in vitro, sugerem o uso adjuvante de metformina para prevenir síndrome da hiperestimulação ovariana. O tratamento da síndrome dos Ovários Policísticos deve ser continuo e geralmente é feito pelo endocrinologista ou pelo ginecologista.

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